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Um dia de muitas emoções. Logo de manhã as emoções viravam-se para o jogo. Os corações de muitos já batiam mais depressa, e assim ficaram até à noite, ansiosos pela festa.
A tensão era, já àquelas horas da manhã, bastante, com os adeptos a provocarem desacatos em áreas de serviço e mais tarde com as forças policiais a terem de intervir. O relógio não parava e estava cada vez mais perto o apito inicial.
Eram 20 os autocarros de claques do nosso clube que iam chegando às imediações do estádio.
Os portões abriam às cinco da tarde, até lá era a festa - ou devo dizer confusão? As estações televisivas iam mostrando imagens dos acontecimentos na zona e serviam a muitos de entretenimento até ao começo do jogo. Era a taça que, todos nós dizemos, não interessa a ninguém, mas no fundo todos a queríamos nos nossos palmarés. Se por um lado o Benfica já a havia conquistado no ano passado, nós tentávamos vence-la pela primeira vez.
Era certo, e isto muitas horas antes do jogo já havia sido confirmado por Jesualdo Ferreira, que este faria alinhar de início Nuno na baliza e ainda Miguel Lopes no sector defensivo. Com o sector ofensivo desfalcado por lesões e castigos, era fácil de adivinhar que Falcao e Rodríguez jogariam os dois na frente, apoiados por Belluschi. O restante meio campo seria ainda composto por Fernando, Raul Meireles e Rúben Micael. Na defesa Fucile ficaria . em princípio - de fora do onze inicial, sobrando para Bruno Alves, Rolando e ainda Álvaro Pereira a titularidade. Do outro lado, Jorge Jesus mantinha o silêncio absoluto em relação ao onze em que apostaria. Era finalmente a hora da abertura dos portões mas antes já haviam sido colocadas as faixas de apoio aos clubes nas bancadas. O estádio começava a encher. Cerca de 23 mil adeptos marcariam presença na segunda final do ano - não se esqueçam da Supertaça. Iam-se ouvindo cânticos de um lado do estádio e de outro, uns a favor de uma equipa, outros da adversária, agora já sem grandes confusões.
Quando finalmente estava na hora do início da partida, via-se pela transmissão televisiva uma enorme nuvem de fumo, causada pelos petardos lançados por ambas as claques. Na habitual verificação das redes das balizas, uma destas havia sido queimada por um petardo, o que veio a atrasar o jogo pois foi necessário improvisar para juntar as redes.
Quando finalmente o jogo começou, era o nosso plantel que dominava o encontro, com mais ocasiões de perigo, mas veio a durar muito pouco tempo. Ao décimo minuto de espectáculo, Rúben Amorim chuta de muito longe e dá-se o primeiro golo, mas muito por culpa de Nuno Espírito Santo - e aqui começa o erro de Jesualdo. O treinador poderia e deveria ter apostado no Beto, visto que o Helton se encontra lesionado, mas decidiu apostar no terceiro (!) guarda-redes do plantel - que, num remate bastante fácil, deixa escapar a bola das mãos para o fundo das redes. Foi notório o rápido apoio que Bruno Alves e os restantes jogadores prestaram a Nuno, mas notou-se que a equipa perdeu um pouco de confiança. Estava feito o primeiro do encontro, e aí descemos o rendimento, e parecia que o resultado ficaria assim até ao início da segunda parte. A um minuto do fim, é assinalada uma falta sobre Carlos Martins, a 32 metros da baliza portista. O próprio Carlos Martins marcou o livre, que fez o 2-0. Apesar do bom remate do jogador benfiquista, Nuno não fica isento de culpas, devido aos péssimos reflexos que teve e à sua reacção muito lenta. As equipas iam assim para o intervalo, com uma vantagem muito confortável para o Benfica. No regresso, muitas faltas e pouco jogo. Bruno Alves foi um dos jogadores em destaque, mas pela negativa: tudo fez para ser expulso, não foi, por sorte. Um capitão de equipa não pode fazer metade do que fez o Bruno, pois se é este o exemplo que transmite à equipa... Tudo isto demonstra o estado da equipa neste momento, em que os jogadores discutem entre si, e vão à bola como se não houvesse amanhã. Como se não bastasse, a capacidade de protestar é incrível, o que levou muitas vezes o árbitro Jorge Sousa a mostrar o cartão amarelo, e bem.
A partir daqui foi um jogo lento, chato de se ver, sem grandes oportunidades. Novamente no último minuto, Cardozo faz o 3-0, e consolida então a vantagem da equipa vermelha, vencendo novamente o título.
Não sei por quanto tempo isto irá continuar, mas sei que jogamos já nesta quarta-feira a 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal, frente ao Rio Ave, e seria bom uma vitória, até porque é o único título que nos resta esta época.
Viu-se um Fernando seguro, talvez o melhor em campo do nosso lado, e também um Miguel Lopes confiante. De resto, um Falcao com poucas oportunidades para fazer o golo, um Rodríguez lutador, mas pouco mais, pouco mais.
Para quando uma limpeza do plantel? Sair o Rúben Micael para entrar o Valeri, é o mesmo que sair e não entrar ninguém. Nesse aspecto, sou da opinião de que se devia dispensar uns quantos - Valeri, Orlando Sá, etc etc - e ir buscar aqueles que também são nossos: Ventura para o lugar de Nuno, Ukra, Castro, e usar aqueles que já são do plantel, como o Sérgio Oliveira.
Já não sei o que esperar do jogo de quarta, até penso em "pelo menos que não sejamos humilhados.. Outra vez", é esperar, mais uma vez, para ver.
Sobre as claques, quando se via estes a serem agredidos pela polícia enquanto diziam que "estamos numa selva, estamos numa selva", parecia que as forças de intervenção nem lhes davam oportunidade de se mexer, sem que estivessem em cima deles. Perdi esta opinião quando vi cadeiras a voar para cima da baliza defendida pelo Quim. Uma coisa daquelas não se faz, é futebol, futebol! As pessoas vão para ver espectáculo, uma atitude daquelas só merecia o termino do jogo e consequente vitória da equipa adversária.
Termino por aqui.
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2 comentários:

dragao vila pouca disse...

Gaspar, tem calma e não emprenhes pelos ouvidos. Muito do que ouviste sobre o comportamento das claques é só uma parte do problema.

Um abraço

Gaspar Lança disse...

Dragão Vila Pouca, pouco ou nada ligo ao que os jornais e as estações televisivas disseram sobre o sucedido, apenas comentei o que vi (;
Obrigado pelo comentário.