Priceless

Carago, que tive de voltar a este espaço! Priceless!

Ainda hoje não acredito. Ou melhor, acredito, da mesma forma que fui acreditando com o decorrer do relógio, com precaução, muita precaução. Que show de bola. Ao longo desta época silenciosa da minha parte já muito sofri mas, acima de tudo, já muito elogiei. Julen Lopetegui tem perfil à Porto, discurso à Porto e imagem à Porto. Sabe o que faz e o que está planeado para o seu contrato de três anos.

Mas há limites e ontem cruzámos um. Ganhar ao Bayern de Munique -- o poderosíssimo -- em casa, com um Dragão cheio e mais fantástico do que nunca, não é para todos. São arrogantes? São... Consideram-se os melhores do mundo e vinham a Portugal para aproveitar o sol? Não me surpreenderia... Mas jogam futebol, têm uma dezena de campeões do mundo(!) no plantel e Pep Guardiola no comando.

Gosto de pensar na noite de ontem, o dito show de bola no Dragão, de uma outra forma que passo a explicar. Admiro Xabi Alonso como admiro poucos. Faço-o hoje, fi-lo ontem e desde os tempos em que jogava no também meu Liverpool. Sempre me encantou com a bola, com a sua atitude, com a sua classe. Ontem, esteve em baixo. Foi deitado abaixo. Penso na noite de ontem por parte do Futebol Clube do Porto como a causadora de tudo isto e isso enche-me de orgulho.

Caramba, o que foi aquilo?! Ricardo Quaresma, já se sabe, nasceu para estes jogos. Nasceu para jogar de Dragão ao peito, para sentir a pressão e ouvir o hino da Champions perante 50.000 adeptos. Nasceu para ser o underdog e atravessar um estádio de braços abertos e lábios no emblema enquanto vibra contra a maré. Nasceu portista e joga como portista -- e hoje em dia, imagine-se, como portista que se sabe adaptar para jogar mais, como o próprio reconhece. Não foi o único. Não. Mas passar a enumerar os heróis da primeira mão não me faz qualquer sentido. Ontem, fomos Porto. Juntos, não onze nem cinquenta mil mas centenas de milhares. Todos juntos, na bancada, no relvado, no sofá ou no carro, no meio de um trânsito infernal. Fomos Porto e acreditámos como acreditamos sempre. Como na final de 87 (aquela que os germânicos nem recordam).

Priceless. Porque há imagens que falam por si.

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