Quanto pode custar o desligar dos motores?

Já Mark Webber desligava os motores no Grande Prémio de Kuala Lumpur, Malásia, quando Sebastien Vettel, contra todas as ordens da equipa, decidiu ultrapassar o colega de equipa para vencer a corrida. (O episódio entre o alemão e o australiano ganhou proporções assombrosas ao segundo Grande Prémio da temporada e promete continuar a dar que falar nos próximos tempos.)

O que pode uma corrida de Fórmula 1 ter a ver com futebol? Nada, muitos dirão, mas se a gestão do carro (e do próprio motor) numa corrida, dadas as circunstâncias, é considerada normal e aconselhável quando possível, num jogo de futebol, numa época de futebol, é por completo desaconselhável e reprovável.

Imagine-se o Futebol Clube do Porto como um carro de Fórmula 1, a lutar pelo primeiro lugar Grande Prémio após Grande Prémio com o objectivo de vencer o campeonato. Agora imagine-se, e com o devido respeito por todos os adversários, o encosto do líder para que os seguintes ganhem posições. Assim se define a época dos comandados de Vítor Pereira, um mau director de equipa que usou e abusou das paragens nas boxes.

Não estou a regressar ao Dragãozinho pela derrota na final da Taça da Liga, nem pela derrota para o Braga no segundo jogo numa semana e relativo à Taça de Portugal, nem pela derrota na Liga dos Campeões ou pelos empates em excesso no campeonato. Nenhum desses resultados seria digno de tanta crítica quanto a que se segue caso surgisse isolado na época. Infelizmente, ao relermos este parágrafo podemos concluir que a época foi feita, na sua grande maioria, de derrotas e empates que nos custaram títulos. Não houve uma única passagem pelo pit lane que pudesse ser acompanhada da palavra sucesso, não houve uma única volta perfeita e todas as peças substituídas foram mal escolhidas.

Com isto regresso a Vítor Pereira. Vítor Pereira, o director de equipa que pouco fez para revalidar os bons (exigidos, não bons) resultados que conseguiu na época passada. Perdida a Liga dos Campeões, perdida a Taça de Portugal e a dias de perdermos, também, o campeonato, exigia-se a conquista do troféu tão indesejado por todos nós, o troféu a que nenhum de nós liga mas que, ao cabo de seis, sete anos, todos gostaríamos de ver o nosso clube vencer pelo menos uma vez. Nada disso aconteceu e apenas pudemos registar mais uma vez a constante atitude apática com que a equipa encara os desafios esta época. Entrou (e saiu) o inexperiente Abdoulaye para o lugar do experiente Otamendi, que por motivos inexplicáveis não começou o jogo, foi Liedson comprado para somar jogos no banco e juntou-se Izmaylov à equipa para jogar menos do que devia e ver outros entrar quando ele, ele devia ser a nossa aposta em tais circunstâncias. Os carros continuam a passar e já não há força para carregar no acelerador e segurar o volante correctamente.

Agora, e dado que o Braga conseguiu vencer finalmente uma competição (à nossa custa, e sem golear apenas porque se deram ao luxo de desperdiçar inúmeros lances de autêntico 'quase golo'), apenas peço uma coisa antes da época acabar: ganhem todos os jogos até ao final da temporada e contem com terceiros para revalidar o título. Se tal não for possível, peço-vos então que percam já o próximo jogo, e o seguinte, de forma a poupar-nos a uma festa indesejada na nossa casa. 

Estou farto de criticar quem não merece estar onde está, caro Vítor.

1 comentários:

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Em resumo, mais do mesmo!
O FC Porto actual está uma sombra de si mesmo. Equipa espremida até ao tutano, que já deu tudo o que tinha para dar.

A propalada posse de bola (para os lados e para trás) é hoje a máscara perfeita para disfarçar a incapacidade de criar futebol ofensivo, competente, criativo e eficaz.

A equipa lutou com carácter mas faltou-lhe classe e competência.

Dentro da mediocridade técnica evidenciada na maior parte do tempo, dois nomes se destacaram pela positiva: Fernando e Fabiano. Estes, mais do que quaisquer outros, mereciam ter erguido a Taça. Paciência

Faltam cinco jogos e a jogar desta forma adivinha-se um final de época tortuoso.

Um abraço