Por fim, Tricampeões!


Reparei há pouco, depois de uma rápida passagem por todos os textos escritos nas últimas três épocas, que aqueles relativos ao primeiro triunfo (ainda com André Villas Boas) e ao segundo (com Vítor Pereira) nunca se destacaram muito.

Nunca se destacaram muito porque simplesmente não me determinei a escrever sobre eles, dando quase a entender que era 'só' mais um título (e também que, muitas vezes, apenas utilizo este espaço para tecer críticas - o que não é verdade), mas hoje apetece-me carregar em cada uma das muitas teclas deste teclado que à minha frente se encontra e partilhar com todos vós os meus sentimentos, as minhas emoções, as minhas opiniões.

Um, dois três. Três épocas, três campeonatos, três títulos. Campeões, Tricampeões.

Saber a tabuada era obrigatório para todos aqueles que, a três jornadas do fim de mais um campeonato português*, se queriam manter na luta pelo título. 

Com quatro(!) pontos a separar as duas equipas que lideravam a tabela, numa altura em que haviam apenas três jogos por disputar, muitos era aqueles que tomavam tudo por garantido, mas muitos eram também aqueles que ainda acreditavam. E se os festejos na Madeira, já perto do fim da prova, se tornaram descabidos, os festejos em Paços de Ferreira, no Marquês de Pombal, na Avenida da República, nos Aliados, no Dragão, no Mundo, os festejos azuis e brancos, assumem o papel de verdadeiros.

Há que reconhecer o elevado nível a que o adversário se apresentou ao longo de toda esta época, em especial se comparado às anteriores, e foi precisamente devido a isto que o título apenas foi decidido no último encontro. Não é comum decidir-se um campeonato à trigésima jornada e talvez por isso se tenha tornado num dos títulos que mais gozo me deu celebrar, tal como quando vencemos em Lisboa, há dois anos.

Posto isto, e feitas as celebrações, é igualmente necessário reconhecer o trabalho realizado por Vítor Pereira, alvo de críticas da minha parte desde o primeiro dia em que me lembro de escrever sobre a época de 2011/2012. Não é, aliás, difícil de rever algumas delas, e não as retiro. Não as retiro porque a minha opinião relativa às suas opções não mudou, assim como não deixo de achar que num jogo do título não se deve deixar em campo um jogador como o Danilo quando já tem um cartão amarelo.

No entanto, e porque quem ganha merece mérito, a verdade é que Vítor Pereira acabou por conseguir entrar para uma curta lista de treinadores que somam dois campeonatos conquistados com o Futebol Clube do Porto e, posto isto, é-me impossível contestar a sua (agora improvável) permanência. A nível interno, e porque em sessenta jogos realizados para o campeonato apenas perdeu um, esteve praticamente intocável, perdendo apenas a oportunidade de vencer uma ou outra taça, pelo que apenas a nível europeu (fase de grupos da Champions em 2011, eliminatória frente ao Málaga em 2013) foi menos forte.

Não peço, portanto, uma mudança de treinador, numa altura em que, como adepto portista, me preparo para entrar na fase chata do ano, mas sim uma boa e inevitável (e já habitual) reestruturação de partes do plantel para a próxima época.

*continuo a insistir em 'campeonato português' porque sou completamente contra o nome oficial, dado que um dos patrocinadores em questão está igualmente afiliado a uma ou mais equipas desta prova.

PS: Terminar este texto com uma crítica não fazia parte dos meus objectivos, mas apenas no final me lembrei das tristes (porque não têm outro nome) palavras proferidas por Lieson após conquistar o seu primeiro título de campeão nacional português(!). Felizmente, e depois de ter apelado a uma maior utilização do brasileiro na fase final da época, está de saída.

Fotografia retirada da página oficial do Futebol Clube do Porto no Facebook (sem quaisquer fins lucrativos).

0 comentários: