Novo visual, mesmo objectivo

Muda a forma, mantém-se o título, e, como tal, o objectivo do Futebol Clube do Porto é o mesmo que o de nove das últimas dez temporadas: começar a época oficial com um triunfo e conquistar assim a Supertaça Cândido de Oliveira.

Desde 2003, a única época na qual não disputámos a competição foi em 2005, sendo que nas restantes levantámos o troféu de vencedores em todos os anos à excepção de 2007 e 2008 (ambos os jogos foram ganhos pelo Sporting). Em 2013, o visual do troféu é outro, o que, no entanto, não interfere com a intenção da equipa de começar a época com a conquista do primeiro título oficial.

Há dez anos, Helton vestia a camisola da União de Leiria e dificultava a tarefa (1-0) a José Mourinho, já vencedor da Liga Europa e campeão europeu no final da temporada. Este ano, Helton defende pela nona temporada consecutiva o equipamento azul e branco e terá a oportunidade de conquistar a sua sexta Supertaça, enquanto Paulo Fonseca está a apenas uma vitória de vencer o seu primeiro título profissional.

Nunca é fácil transitar de um conjunto de encontros de carácter amigável para um jogo oficial que decide um título: não há segunda mão, não há mais jornadas. Tudo se decide nos noventa minutos ou, caso seja necessário, nos 120' e depois nos penalties; não há outro adiamento possível. No entanto, o Futebol Clube do Porto tem-se mostrado capaz de realizar esta tarefa com sucesso na maioria das vezes que tem a hipótese de o fazer e este ano, frente a um Vitória bastante motivado pela conquista da Taça de Portugal, pode aumentar para vinte o número de Supertaças conquistadas.

Apostar na experiência e segurança ou nos reforços de verão?

Com a chegada de onze jogadores (se contarmos com os regressos de Iturbe e Fucile e o já anunciado empréstimo de Tiago Rodrigues ao Vitória, que terá efeito após a disputa do jogo de sábado), que ao longo dos encontros de carácter amigável mostraram detalhes importantes e potencial que eventualmente lhes permitirá entrar várias vezes em campo ao longo da época, Paulo Fonseca enfrenta vários dilemas logo à partida para o primeiro jogo de 2013/2014: apostar nos já referidos reforços, usando-os de forma a colmatar pequenas lacunas, ou optar pela utilização de jogadores da casa, mais experientes no futebol português e ao serviço do FC Porto?

Os recém chegados Juan Quintero, Hector Herrera, Josué e Nabil Guilas foram dos atletas mais apreciados na pré-época, tal como Juan Iturbe, que, quando jogou, conseguiu uns bonitos e produtivos pormenores de altíssima qualidade (de entre os quais se destaca o golo apontado frente ao Marselha). 

Se Guilas vê Jackson Martínez negar-lhe automaticamente a titularidade, Josué - que trabalhou com Paulo Fonseca no Paços de Ferreira, conhecendo muito bem a sua filosofia de jogo - e Herrera poderão lutar com Defour pelo lugar vago no meio-campo portista (sendo que Lucho González e Fernando deverão ser titulares sem qualquer tipo de dúvidas, salvo algum imprevisto de última hora), onde poderá ainda surgir Quintero (mais adiantado, na posição 10 - isto quando não fizer de extremo, que apesar de não ser a sua posição de eleição é um lugar que ocupa igualmente de forma categórica).

Já Iturbe, que brilhou ao serviço do River Plate no último defeso, luta directamente com Kelvin, a figura do jogo que acabou por se tornar decisivo na luta pelo campeonato, pelo último lugar na frente de ataque, ao lado de Jackson e de Varela. Com o colombiano a ocupar a posição mais avançada e o português o lugar no corredor direito, o argentino e o brasileiro espalharam talento em todos os encontros que disputaram e prometem uma luta acesa pela posição ao longo de toda a temporada.

Publicado originalmente n'O Olho Azul e Branco.

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